O que esperar desse blog...

Depois de muitas mudanças na minha maneira de ver o mundo, comecei a refletir sobre um ponto em especial: a educação, especialmente a educação matemática. Decidi então fazer esse blog para organizar e dividir as minhas idéias, críticas e sugestões. Sapere Aude (ouse saber): esse é um grande desejo que tenho hoje para mim e para o Brasil, que um dia deixemos de ser esses Homo stultus (homem estúpido - tradução livre) para finalmente sermos verdadeiros Homo sapiens!

domingo, 27 de março de 2011

Utopia (ou, tentando fazer as coisas direito)

Esse post será uma pequena quebra na linha de raciocínio. Espero que você não se importe.
Há alguns dias tomei conhecimento, através da rádio CBN, de uma escola americana que me chamou muito a atenção: Think Global School.

Ela não possui um espaço físico definido, pois a cada trimestre se encontra em um país diferente. O aprendizado se dá tanto em salas de aula quanto ao ar livre. A idéia é experimentar o que está sendo aprendido, além de se preparar para enfrentar o mundo globalizado no qual vivemos hoje. Além dos professores, sempre há convidados especialistas nas áreas sendo estudadas, que apresentam como as coisas são no mundo real (muitas vezes indo até lugares onde possa ser observado o que está sendo aprendido).

Tal escola é uma utopia (principalmente pelo preço), mas existem características que podem ser aproveitadas em escolas do mundo real. Não vou discorrer mais sobre o tema, pois acho que fugiria um pouco do propósito do blog, mas caso se interesse, acesse o site da escola e veja o que tem sido feito!

Até a próxima!
E, como sempre, sapere aude!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Estagnação (ou, a consequência dessa inconsistência)

Nos últimos posts comentei sobre como vejo que a matemática é ensinada hoje e como acredito que o conhecimento matemático foi gerado. Me parece muito claro que esses dois processos ocorrem de forma oposta. Mas que tipo de consequência isso pode trazer?


Para ser mais breve, vou levantar somente um ponto que me parece bastante evidente: estagnação. Ao longo da nossa vida escolar somos ensinados a simplesmente aplicar técnicas que outros desenvolveram para solucionar problemas. Quando nossos professores nos passam um exercício de matemática temos certeza de uma coisa: podemos resolvê-lo utilizando somente as técnicas que nos foram ensinadas. Não será necessário desenvolvermos nosso conhecimento para realizar tal tarefa. Não aprendemos a "pensar fora do quadrado".


Esse tipo de pensamento fica arraigado em nossas mentes. Crescemos e temos que tomar decisões, resolver problemas reais, mas não sabemos fazer isso de forma efetiva. É verdade que muitos deles podem ser resolvidos com o conhecimento existente, mas isso pode ser ruim para a sociedade como um todo. Se nos contentamos com isso, não ocorre inovação.

Vivemos em uma era na qual a tecnologia parece evoluir a passos largos, então como assim "não ocorre inovação"? Acredito que existam pessoas (uma porcentagem ínfima da população) que desenvolveram essa forma de pensamento, que não se limita ao que já existe e busca novas maneiras de resolver os problemas. Eu diria que esses foram os poucos felizardos que tiveram professores diferenciados, famílias interessadas em algo mais do que o simples acumulo de conhecimento para o sucesso profissional, ou qualquer outro raro motivo (um outro ponto seria discutir se os passos são realmente largos, ou se é somente uma evolução natural das coisas).


O problema é que a maioria das pessoas acaba vivendo conformada com o fato de que outros criam coisas novas e elas somente as utilizam para resolver os seus próprios problemas. Mas não culpo tais pessoas (dentre as quais me incluo muitas vezes). Afinal, nunca aprendemos a realmente olhar para o problema para solucioná-lo, somente a testar todas as ferramentas disponíveis até que uma se encaixe magicamente no parafuso solto.

Nesse sentido, acredito que vivemos uma estagnação generalizada, já que não aprendemos a criar o novo, mas simplesmente a consumi-lo.


Como exercício, caso ainda não conheça, tente cobrir todos os pontos da seguinte imagem com apenas 4 segmentos de reta sem "tirar a caneta do papel":
Sapere aude!