O que esperar desse blog...

Depois de muitas mudanças na minha maneira de ver o mundo, comecei a refletir sobre um ponto em especial: a educação, especialmente a educação matemática. Decidi então fazer esse blog para organizar e dividir as minhas idéias, críticas e sugestões. Sapere Aude (ouse saber): esse é um grande desejo que tenho hoje para mim e para o Brasil, que um dia deixemos de ser esses Homo stultus (homem estúpido - tradução livre) para finalmente sermos verdadeiros Homo sapiens!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Estagnação (ou, a consequência dessa inconsistência)

Nos últimos posts comentei sobre como vejo que a matemática é ensinada hoje e como acredito que o conhecimento matemático foi gerado. Me parece muito claro que esses dois processos ocorrem de forma oposta. Mas que tipo de consequência isso pode trazer?


Para ser mais breve, vou levantar somente um ponto que me parece bastante evidente: estagnação. Ao longo da nossa vida escolar somos ensinados a simplesmente aplicar técnicas que outros desenvolveram para solucionar problemas. Quando nossos professores nos passam um exercício de matemática temos certeza de uma coisa: podemos resolvê-lo utilizando somente as técnicas que nos foram ensinadas. Não será necessário desenvolvermos nosso conhecimento para realizar tal tarefa. Não aprendemos a "pensar fora do quadrado".


Esse tipo de pensamento fica arraigado em nossas mentes. Crescemos e temos que tomar decisões, resolver problemas reais, mas não sabemos fazer isso de forma efetiva. É verdade que muitos deles podem ser resolvidos com o conhecimento existente, mas isso pode ser ruim para a sociedade como um todo. Se nos contentamos com isso, não ocorre inovação.

Vivemos em uma era na qual a tecnologia parece evoluir a passos largos, então como assim "não ocorre inovação"? Acredito que existam pessoas (uma porcentagem ínfima da população) que desenvolveram essa forma de pensamento, que não se limita ao que já existe e busca novas maneiras de resolver os problemas. Eu diria que esses foram os poucos felizardos que tiveram professores diferenciados, famílias interessadas em algo mais do que o simples acumulo de conhecimento para o sucesso profissional, ou qualquer outro raro motivo (um outro ponto seria discutir se os passos são realmente largos, ou se é somente uma evolução natural das coisas).


O problema é que a maioria das pessoas acaba vivendo conformada com o fato de que outros criam coisas novas e elas somente as utilizam para resolver os seus próprios problemas. Mas não culpo tais pessoas (dentre as quais me incluo muitas vezes). Afinal, nunca aprendemos a realmente olhar para o problema para solucioná-lo, somente a testar todas as ferramentas disponíveis até que uma se encaixe magicamente no parafuso solto.

Nesse sentido, acredito que vivemos uma estagnação generalizada, já que não aprendemos a criar o novo, mas simplesmente a consumi-lo.


Como exercício, caso ainda não conheça, tente cobrir todos os pontos da seguinte imagem com apenas 4 segmentos de reta sem "tirar a caneta do papel":
Sapere aude!

Um comentário:

  1. "Nao vos conformeis com a verdade desde mundo, mas..."! Na verdade esse versículo fica mais no contexto do pecado, né e nao sei até que ponto esse conformismo/estagnação generalizada/ócio ou preguiça criativa/hibernação da pro-atividade/estado de zumbi (ou qualquer nome) pode ser tido como pecado ou desleixo ou falta de oportunidades ou falta de sabedoria. Fato é que isso faz muito mal! O fato de NAO estar conformado com tal estagnação me alegra, pois é o principio para evita'-la!
    "O temor a Deus é o principio da sabedoria". Talvez essa seja uma realidade que nos faça evitar a estagnação e buscar louva'-Lo da melhor forma, sempre, de N maneiras criativas. Talvez isso seja, inclusive, um fator que faça com que os professores cristãos (de matemática e outras) passem a ensinar de forma diferenciada.
    Que tenhamos vontade de "pensar fora do quadrado" e estimularmos os outros a fazerem o mesmo para o melhor louvor e adoração (ao cantar, ensinar, pintar, etc) dentro no nosso alcance!

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