O que esperar desse blog...

Depois de muitas mudanças na minha maneira de ver o mundo, comecei a refletir sobre um ponto em especial: a educação, especialmente a educação matemática. Decidi então fazer esse blog para organizar e dividir as minhas idéias, críticas e sugestões. Sapere Aude (ouse saber): esse é um grande desejo que tenho hoje para mim e para o Brasil, que um dia deixemos de ser esses Homo stultus (homem estúpido - tradução livre) para finalmente sermos verdadeiros Homo sapiens!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fênix (ou, 're'voltando)

Após quase 2 anos de silêncio eis que ressurge das cinzas aquilo que nunca se foi. Durante esse tempo pude ler sobre novas (antigas) ideias de pessoas que dedicam suas vidas ao ensino da matemática. Ruminei, digeri, aprendi... Sobre esse último posso dizer que não é inteiramente verdade. Aprendi que aprender não é exatamente algo mensurável como eu imaginava, mas espero ter saído do lugar.

Tenho ideias para alguns posts, mas eles virão em seu devido tempo (que pode ser hoje, amanhã, ou daqui a outros 2 anos).

Termino este breve retorno com duas citações de um dos mestres que têm me desafiado a pensar:
"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."

"Minha filha me fez uma pergunta: “O que é pensar?”. Disse-me que esta era uma pergunta que o professor de filosofia havia imposto à classe. Pelo que lhe dou os parabéns. Primeiro, por ter ido diretamente à questão essencial. Segundo, por ter tido a sabedoria de fazer a pergunta, sem dar a resposta. Porque se tivesse dado a resposta, teria com ela cortado as asas do pensamento. O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.
(...)
Muitas pessoas, de tanto repetir as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas as tartarugas que possuem diplomas universitários. Aqui se encontra o perigo das escolas: de tanto ensinar o que o passado legou – e ensinou bem – fazem os alunos se esquecer de que o seu destino não é passado cristalizado em saber, mas um futuro que se abre como vazio, um não-saber que somente pode ser explorado com as asas do pensamento. Compreende-se então, que Barthes tenha dito que, seguindo-se ao tempo em que se ensina o que se sabe, deve chegar o tempo em que se ensina o que não se sabe."
Rubem Alves
 Sapere aude!

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Vale muito a pena!
    http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity.html

    ResponderExcluir